terça-feira, 6 de outubro de 2009

PLACENTA PARA QUE TE QUERO!

Quando me deparo com hábitos estranhos, procuro pensar que se tratam apenas de culturas diferentes da qual em que eu cresci. Essa atitude auxilia a tentar compreender mesmo o que aparenta ser incompreensível. As mulheres-grávidas são, por si só, um caso estranho. Ainda assim, consegui ficar espantado com um artigo publicado na Time onde Joel Steiner relata uma experiência relativa aos caprichos da esposa. Desta vez, o desejo da grávida Cassandra não incidia em gelados estrambólicos passíveis de serem resolvidos através da receita-Ambrósio.
Nope. A grávida queria comer a própria placenta. Porquê? Parece que para auxiliar a evitar a depressão pós-parto e a aumentar a produção de leite. Após uma primeira reacção do tipo "está tudo maluco!", o homem lá ouviu o argumento de que a maioria dos mamíferos come as próprias placentas. Contrapôs e esperou que a ideia se desvanecesse com o tempo.
Enganou-se. A esposa teve lucidez para dar à luz e ainda pedir que lhe embrulhassem a placenta. Joel conta ao pormenor as peripécias de salvaguardar a dita cuja em casa e de ir buscar a cozinheira no dia seguinte. Sara Pereira de seu nome, aprendeu a técnica durante um curso de medicina tradicional chinesa. O preparado envolve ervas aromáticas, cozedura a vapor, desidratação da placenta e carradas de higiene. Parece que a Cassandra tinha "uma placenta particularmente robusta". Deu para mais de 100 pílulas... Como brinde, Joel teve direito a um saquinho de cetim a guardar parte do cordão umbilical do filho, arranjado em forma de coração.
Aham... Seria demasiado fácil escrever uma piada qualquer como conclusão desta história. Mas isso poderia ser uma demonstração de ignorância ou intolerância. Até porque não me ocorre nada. É que de repente fiquei com uma fomeca. Deixa-me lá ir espreitar o que haverá ali perdido no congelador...

PS - Fiz uma pequena pesquisa de imagens de placenta para ilustrar este post. Confesso que desisti da ideia à terceira página dos resultados obtidos. Não havia nada assim com aspecto apetitoso e comecei a ficar fraquinho com a falta de comida no estômago.

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