terça-feira, 15 de setembro de 2009

PAI-SACO


No passado domingo estava a brincar com a Maria de pai-parapeito. Estiquei o braço para ela se agarrar com força e levantar-se. Devidamente içada, fez logo questão de mostrar que era altura de passarmos para a actividade seguinte. Queria que eu fizesse de pai-saco. Saco de pancada.De repente, a minha coxa é um pequeno tambor em que ela dá palmadas. O meu peito é uma selva de pelos daninhos que ela resolve arrancar (e a mãe esfrega as mãos de contente). As minhas orelhas, alternadamente, são alvo de inspecção com dedo em riste a escarafunchar o tímpano. O meu nariz (grandote) emite o som de campainha quando levemente tocado e logo a seguir de mugido doloroso quando apertado. Os meus braços-parapeito são arranhados como se estivesse a brincar com um gato assanhado. Para contrastar a dolorosa actividade física, mantivemos uma conversa em que nos entendemos às mil maravilhas.

- Filha, tem cuidado!
- Hrummmmm!
- Maria, isso magoa o pai!
- Iiiiiioooooooohhhh!
- Auuuuuuuuuuuuu!
- Iiiiiiiiiiieeeeeeeeeehhh!
- Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
- Eeeeeeeeeaaaaaaaahhhhh!

Sempre ouvi dizer que ser pai implica sacrifícios, mas não era bem isto que eu tinha em mente... No próximo fim-de-semana, felizmente, a coisa vai mudar. Já comprei uns brinquedos novos para ver se ela perde o interesse pelo pai-saco-de-pancada. E tão lindos que o chicotinho preto e as algeminhas prateadas são!

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