quarta-feira, 9 de setembro de 2009

REGRESSO CHUVOSO

Na segunda-feira, após um mês inteiro de Maria em casa (e uma semana inteira de Maria em casa só com o pai), regressámos às rotinas anteriormente descritas como uma espécie de expedição lunar. No primeiro dia, os hábitos de férias manifestaram-se com o prolongar do sono. Em vez de ser o pai a acordar com o palrar intenso e as batidelas de pés nas grades da cama, tive de ser eu a ir acordar a Maria. Não levou a mal, após uns prolongados bocejos. Limpos e vestidos, lá partimos rumo à base-escola. Temia-se que houvesse uma demonstração de desagrado, após tanto tempo com os pais, na altura de a deixar. Entrámos numa uma escola renovada e colorida. E com um dispensador de líquido à entrada, para os pais lavarem as mãos da gripe A.
A Maria demorou tempo a olhar e assimilar as novidades. Na passagem de testemunho, fitou longamente a auxiliar de que tanto gosta. Nem um pio no colo dela. Nem um pio já sentada no chão junto aos coleguinhas. E nem um pio quando o pai se despediu com um “até logo”. Estava absorta numa expressão “até que enfim, estava a ver que nunca mais me trazias para aqui outra vez”. Não houve choro, portanto. Houve sim um vazio, instalado sorrateiramente no pai, que demorou alguns minutos a passar. Era uma segunda-feira transvestida de quarta-feira chuvosa. Mas a Maria só viu o sol.

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