quinta-feira, 23 de julho de 2009

NAMORICO PRECOCE

Eu sabia que devia ter logo posto cobro à situação. Agora estou tramado. Saio com a Maria de manhã e pronto, está a tenda armada. A porteira com o João ao colo a dizer para as vizinhas que passam (o átrio de entrada do nosso prédio é uma espécie de ponto de encontro): “Ai, haviam de os ver ontem a bater palminhas um para o outro! Bate lá palminhas João, bate lá!”. O miúdo hoje estava com a telha e não bateu palmas. Aproveitei logo para olhar para a Maria ao estilo “estás a ver como é que ele é, filha?”.
O pior é que uma vizinha de prédio anexo já se aprestava a ditar sentenças: “Então João já tens namorada? Escolheste bem!”. Urge rectificar a senhora. Um: não há namoro nenhum (amanhã levo a Maria vendada para isto tudo acalmar). Dois: tenho cá a impressão que a Maria é que faz as escolhas.
No meio disto tudo salvam-se os pais do rapaz, sempre simpáticos e nada incentivadores deste tipo de pré-arranjos matrimoniais. No fundo, acho que eles já entenderam que se calhar arranjam para o João melhor... sogro.

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