quinta-feira, 16 de julho de 2009

PALMAS DESARMANTES


Parecia não haver nada de novo hoje de manhã, enquanto a astronauta-bebé atestava o depósito de leite. Esparramada ao longo do colo, concentrava o olhar no cumprimento da tarefa. Já quase no final do biberão, afasta-o com uma mão, olha para o astronauta-pai a sorrir e começa a bater palminhas.
Ora este gesto é o que os pais arranjaram para determinar o final bem sucedido de uma refeição. "Comeste tudo? Então recebes uma salva de palmas." Mas hoje foi ela que determinou o final. E enquanto eu digeria a perplexidade, com o biberão na mão direita, e tentava perceber o que fazer, a Maria "pede" para endireitar as costas e... arrota. O burp silenciou os meus pensamentos. A Maria determinara, para além de qualquer argumentação possível, que já bebera o suficiente.
Analisei os 20 mililitros de leite restante e senti a minha fraqueza perante um ser tão determinado. Por isso vou dedicar o resto da tarde a ler uns livros de auto-ajuda para fortalecimento do ego e da autoridade. E amanhã, para evitar humilhações, vou mas é meter menos 20 mililitros de combustível no biberão!

2 comentários:

Unknown disse...

men.... vivo à 10 anos com o pavor que essa sorte chegue ao fim... mas com a excepção das tais tosses mais ou menos rotativas ( escolinhas, a coisa vai rodando) a princesas lá de casa, continuam a dormir como brancas de neve, e já sem a dita maçã ( leia-se biberão) na tua versão kubrik, talvez odisseia no....( desculpa mas não sei como por aqui a tal musica....

Paulo M. Morais disse...

se elas dormem como brancas de neve será porque és um dos anões? para teres esse efeito calmante risca-se já o "atchim" e o "zangado". cá por mim és um anão-pai "dengoso" ou "feliz". e de vez em quando "soneca", eheheh