terça-feira, 23 de junho de 2009

BEBÉ MUSICAL


Vinha escrito em vários livros os benefícios da música em relação ao desenvolvimento do feto. Música a todo o momento e toda a hora. Ora aqui está um daqueles “mandamentos” que à partida não me causa nenhuma resistência. Fixe! Vamos a isso! Toca por isso de passar noites à frente da estante dos CD a compilar uma selecção musical para grávida ouvir. Mas com regras: um repertório de faixas melodiosas que proporcione bem-estar à dupla maravilha.
Mau, Maria. Num piscar de olhos, sub-repticiamente, instala-se uma ditadura musical que remete o rock alternativo mais estridente para o domínio envergonhado dos auscultadores. Juro a mim mesmo que a derrota não será total. Fica o aviso feito: nesta casa não entrará nenhum CD com músicas para bebé.
Uma semana depois, recebo uma encomenda via correio remetida por um casal de amigos belgas. Não contentes com a humilhação e censura silenciosa já existente das minhas preferências musicais, fizeram questão de enviar por correio um contributo próprio: um CD-Baby em flamengo. “Rustgevende muziek voor baby’s en peuters”, esfrega a capa do dito na minha cara.
Já desconfiava que eles não eram o casal cool que eu pensava! Quanto a mim, sou incorruptível. Pelo menos durante os 15 dias em que resisto estoicamente, até juntar ao exemplar belga mais uns quantos discos-Baby disto e daquilo. Arranjo para mim próprio um excelente álibi: são de música clássica! Bem, adaptada para bebés, ok... mas clássicos!
Ainda assim alguma coisa devo ter feito bem. Hoje em dia, é ao som do magnífico hino-primaveril Breathless do Nick Cave que a Maria acalma o choro convulsivo. E dança com o papá.

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