sábado, 20 de junho de 2009

O CÓDIGO DAS HORMONAS


A gravidez, diz-se, é um período excepcional para as futuras mães. E para os pais também será? Parece óbvio que sim. Afinal, todos os homens são criados e formatados desde o leito (materno, lá está), para aturarem tudo e mais alguma coisa da parte da companheira durante os nove meses de "estado de graça". Das avós às mães, tudo avisa: “Prepara-te filho, tens de ter paciência...”

São diminutas as hipóteses de escapar aos súbitos acessos de choro e mudanças de humor. E a culpa não morre solteira. É sempre das hormonas, entidades sobrenaturais, perfeitamente incontroláveis por parte das mães grávidas. Julgo que este estado de imputabilidade comportamental deve constituir a maior e mais conseguida conspiração do reino das mulheres sobre os homens. Uma vingança secreta sobre as infidelidades e infantilidades dos machos, sem hipótese de apelo no tribunal da razão.

Porque se a mãe chora, o bebé por nascer vai senti-lo. E ninguém quer ser o responsável por o bebé ser infeliz, pois não? Resta ao papá passar a viver de pantufas, evitando ao máximo perturbar a pobre mamã.

Por isso, caladinhos sim?! Engulam lá isso em seco e toca de compreender a infelicidade da mamã que não é mais do que uma felicidade imensa transtornada por umas hormonas mázonas que dão vontade de chorar quando no fundo existem boas razões para sorrir, embora haja alturas em que a vida parece um drama porque vem a caminho uma coisa maravilhosa, mas o dia nasceu solarengo e isso provoca a neura da mamã que tanto queria estar bem disposta mas, que querem, isto de estar grávida dá para a tristeza por ter um bebé lindo a caminho, a natureza é verdadeiramente fantástica que até dá vontade de verter lágrimas... ufa...

Ao pé desta trama hormonal com tanta reviravolta e mistério (“é assim que as coisas são, não vale a pena tentar compreender!”), o Dan Brown – O Código da Vinci, Anjos e Demónios – não passa de um mero aprendiz de feiticeiro.

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