domingo, 14 de junho de 2009

TEORIA DA EVOLUÇÃO

Muitas vezes, o fim-de-semana significa uma estucha para a Maria. Ter de ficar dois dias inteirinhos com os papás? E os meus amigos do berçário? E a R. e a C. que tratam tão bem de mim? E aqueles brinquedos todos, o espaço grande... Eu aviso-a que ainda só tem sete meses e que portanto é muito pequenina para ter estes pensamentos. Mas pouco lhe importa. E então toca de nos dar uns mimos, ou seja, um berreiro volta e meia, comportamento que só confirma a ideia dos nossos vizinhos que a consideram um bebé choroso.
Ultimamente temos sido impelidos a sair de casa para a Maria acalmar o nervo. Um passeio pelo jardim, sob o agradável sol de fim de tarde, pássaros a chilrear... e um bebé trombudo. (Por mais voltas que dê à cabeça, continuo sem perceber a quem é que ela sai neste ponto específico.) Depois lá começa a rir-se, como se nos fizesse um favor.
O jardim que frequentamos é uma espécie de clube privado aos dias de folga do trabalho. Até colocam uma tabuleta que diz “entrada proibida a pessoas sem crianças”. Volta e meia encontramos amigos também com filhos. É impressionante como parece haver um espírito competitivo, quase inconsciente, entre os ritmos de evolução dos bebés. Ao pé deste campeonato, a teoria do Darwin é uma insignificância.
“Quantos meses tem? Sete? Então e já gatinha? Ainda não?!?! Ah, já devia, o meu isto, o meu aquilo...”. Já nos habituámos a estas comparações e, sempre que possível, lidamos com o assunto com uma boa dose de humor. Qualquer dia adoptamos esta resposta uniforme: “Ah, é que ela é tímida com outras pessoas. Em casa nem quis gatinhar, começou logo a correr e saltar obstáculos. Já mete a roupa dela na máquina, devidamente separada por cores. Escolhe e prepara a própria papa e está a iniciar o precesso de lavar e cortar legumes para fazer a sopinha. Além disso, tem arranjado tempo para aprender mandarim como terceira língua.”

7 comentários:

post_it disse...

"Proibida a entrada de pessoas sem crianças" parece-me... parece-me... FENOMENAL! Podes fotografar e difundir? Não quero acreditar!

A competição que falas é parece-me sempre com aquelas situações em que visitas um qualquer local já visitado pelos teus amigos ou conhecidos. As pessoas parecem ficar contentes com os nossos passeios, mas ficam sobretudo felizes se não tivermos estado nos mesmos lugares... Por exemplo, "ah tiveste em Paris? Que bom, e viste aquele café mesmo ao pé da torre, de frente para um canteiro de flores que tem um "coroaçã" espectacular? --- Resposta --- Não. Acho que não. ---Que pena, é mesmo bom, o melhor que comi em Paris, não sabes o que perdeste... é como se não tivesses ido a Paris! E a galeria XPTO, também é muito bonita. Foste? --- Dahhhhhh

Detesto que me façam isto, por essa razão há já uns tempos que adoptei a regra dos jogos de cartas: Assisto e Subo a parada!

Continuando com o exemplo de cima... Resposta --- Adorei essa Galeria, mas gostei muito mais daquele museu XPTO!"

eheheheheh

Acho mesmo que deves começar a usar essa resposta.

ehehehheh

Paulo M. Morais disse...

A tabuleta é virtual, mas quase que jurava que ela está lá. É que não se encontra ninguém sem miúdos pela mão ou carrinhos de bebé. Assim também é demais, uma seca, tudo igual, eheh.

Em termos da competição dos bebés, eu acho que ela é sobretudo acesa nas mamãs. Eu ao princípio só me ria com os "ah, o meu não-sei-quê já foi à lua e voltou". Agora, com o passar do tempo, já só reconheço o fenómeno e... sorrio.

Mas essa de subir a parada é óptima. Eu costumo ficar calado. Mas é melhor começar a defender a Maria não vá ela depois dizer que cresceu triste porque se sentia sempre menosprezada perante os outros bebés... ;-)

Agridoce disse...

Felizmentee a minha filha é mesmo a mais gira, alta, rápida, ágil, articulada, instruída, desportista, leitora, and so on...
Pronto, se calhar é sorte... sei lá!
Agora a sério. Pode ser que algum de vocês tenha o mesmo feeling. Não acham as miúdinhas de hoje hiper competitivas? Isto é a sério mas eu tenho que refrear a competitividade da miúda. Fico parvo às vezes. Não sei se é normal e se eramos todos assim mas às vezes até me assusto, confesso. E não é caso isolado porque ela 'emparelha' com miúdas do género.

Paulo M. Morais disse...

Nope, acho que não éramos nem tão espertos, nem tão despachados, nem tão tudo. Times are changing, lá diz o velhadas do Bob.

(E sim, se a TUA filha é mesmo tudo isso, só pode ser sorte... :) )

Unknown disse...

Por enquanto, consigo evitar a competição. Ainda ontem fiquei a saber que um puto que é 5 dias mais novo (vejam só!!! eheheehhe) que a Maria come bróculos inteiros sem se engasgar. E até consegui responder, com toda a calma, "Epá fantástico! O miúdo é mesmo comilão! A Maria não faz isso, nem por sombras. Ainda nem sequer tem dentes!" E neste momento, juro-vos que notei nos olhos da outra mãe um raiozinho de necessidade de continuar a destacar o filho... "Hummm... não tem dentes? O meu já tem quatro!"

Já me aconteceu ouvir enumerar as precocidades alheias e eu apontar apenas as coisas que a Maria ainda não faz mas parece que devia fazer. Pensando bem, se calhar este modus operandi não contribui em nada para fazer da Maria uma miúda como a filha do Agridoce! ;-)

Acho que tenho/temos de alterar a estratégia! eheheheheeh

Agridoce disse...

: ))))))))))
Não sei se é do modus operandi. Eu e a mãe temos uma aduela a menos e a genética é tramada...
Aliás, eu só incentivo a sua competitividade quando ela compete com rapazes, a quem tem que ganhar, com outras miúdas apelo à sua tolerância e fair play...
: ))))))))))
Oh Morais, acho que vão correr comigo daqui, pá!!!!!!! : )))

Paulo M. Morais disse...

ou correm contigo ou, para o bem dos comentários e da interacção do blogue (isto sem troca de impressões é tudo um bocado onanista...), passam a aturar-te e/ou ignorar-te e continuam a postar por aqui. e quem sabe se não conquistas o pessoal todo? tu quando queres até sabes ser cavalheiro, eheheh.