terça-feira, 16 de junho de 2009

MUDAR DE CASA


Este fim-de-semana a Maria virou-se para mim e com os olhos perguntou: “De quem é aquele quarto com as paredes verdes?” Percebi logo que ela queria mudar-se. Tem sete meses e meio e a transição de quarto é praticamente como se saísse de casa. No sábado lá pegámos na caminha e instalámos no novo sítio. É longe. Fica a bem mais de quatro ou cinco metros à vontade do nosso quarto. E não me parece que o trajecto seja servido por uma carreira de autocarros.

De noite pairavam no ar sinais de preocupação. Eu dormi o tempo inteiro a pensar no assunto. A AV acordou umas vezes a pensar no assunto. A Maria atravessou-se como habitualmente e meteu os pés entre as grades. Dormiu sossegadamente ao som do ruído tipo frigorífico ou ar condicionado que simpaticamente o nosso vizinho instalou por cima do quarto dela.

Agora sim, somos uma família “verde”. Não só temos umas paredes dessa cor, como poupamos energia ao não precisar de ligar o exaustor da cozinha para adormecer a Maria (muito útil no passado, tornou-se cada vez menos necessário). Simplesmente adoráveis estas construções de “prédios comunitários”, onde se partilha tudo o que os vizinhos fazem entre paredes. Seja uma ida à casa de banho ou uma conversação no messenger (ouve-se bem o “triiiióoooim” quando chega mensagem nova).

Agora, a principal preocupação é perceber o que fazer àquele vazio no nosso quarto. Até parece que acrescentaram uma enorme parede branca despida. Além disso é estranho voltar a contar dois em vez de três. Filha, queres voltar para casa mais uns tempos?


Diz que não. Vive em paz, entre paredes alface, com a ursinha Dada e o sapo Sapolas (desconfio que o verdadeiro nome seja Luigi dado estar vestido com uma típica toalha de mesa italiana). E o maravilhoso som de exaustor sempre ligado.

2 comentários:

Party Girl disse...

Hello rapaz! A AV mandou-me o lugarzito do teu blogue e já está linkado no meu. Adorei estes primeiros posts. Favor continuar a contar as aventuras, ok?

Beijitos
Anabela-Party Girl

Agridoce disse...

Como o coirão da minha filha só deixou de acordar a meio da noite com 3 anos e meio (!!!!!! - ah pois é, ou como é que pensam que eu 'flipei'???), o meu trajecto foi muito conturbado. Durante esses 3 anos e meio eu NUNCA dormi 8 horas seguidas. Mas quando digo NUNCA, quero dizer NUNCA!
Hoje, a freguesa dorme de 11 a 13 horas, na boa, de justo sono, todos os dias. Faz 7 anos este mês!
Eu disse que a genética é lixada...